Atualmente, os nossos filhos estão muito mais expostos a volumes gigantescos de informação e a uma realidade tão real como virtual. Para isso e para a sua estabilidade emocional, é fundamental ajudá-los a construir uma autoestima forte e a trabalhar a resiliência. Se quiser saber mais sobre o assunto e como o fazer, continue a ler que nós explicamos-lhe.

O que é a autoestima nas crianças?

A autoestima das crianças é a avaliação que elas fazem de si próprias. Trata-se de uma avaliação que inclui os seus pensamentos, sentimentos e crenças sobre si própria, as suas capacidades e competências. Em termos simples, a autoestima é a resposta à pergunta: "Qual é o meu valor?"

Importância de reforçar a autoestima das crianças

Reforçar a autoestima das crianças é crucial para o seu desenvolvimento, uma vez que uma autoestima positiva lhes permitirá enfrentar os desafios da vida com maior confiança e otimismo. Em contrapartida, uma baixa autoestima afectará negativamente o seu desenvolvimento social, emocional e académico. A reforço positivo e uma autoestima saudável traz benefícios como:

• Maior auto-confiança: As crianças com uma forte autoestima sentem-se confiantes nas suas capacidades e competências, pelo que serão encorajadas a experimentar coisas novas e a perseguir os seus sonhos sem medo de falhar.
• Maior resiliência: A autoestima positiva dá às crianças a força necessária para enfrentar obstáculos e contratempos. Acreditam na sua capacidade de ultrapassar as dificuldades, o que as ajuda a lidar melhor com o stress e a adversidade.
• Melhores relações sociais: As crianças serão capazes de se relacionar de forma mais positiva e assertiva com os outros, estabelecendo e mantendo relações saudáveis, sejam elas românticas ou não.
• Melhor desempenho académico: Uma autoestima positiva motiva as crianças a aprender e a ter um melhor desempenho na escola. A confiança nas suas capacidades académicas leva-as a trabalhar arduamente e a obter melhores resultados.
• Maior bem-estar emocional: As crianças com boa autoestima tendem a ser mais felizes e a gozar de melhor saúde mental.

Sinais de uma criança com baixa autoestima

Reconhecer os sinais de baixa autoestima nas crianças é crucial para poder intervir atempadamente e ajudá-las a desenvolver uma autoimagem positiva. Embora cada criança seja diferente e possa, portanto, manifestar uma baixa autoestima de formas diferentes, existem alguns indicadores comuns que devem alertar qualquer pai, educador ou outro adulto para a necessidade de prestar atenção. Estes sinais de alerta são:

Emoções e comportamentos

• Autocrítica excessiva: A criança critica-se constantemente, concentra-se nos seus defeitos e minimiza os seus êxitos.
• Medo de falhar: Evitar experimentar coisas novas por medo de falhar ou de não ser suficientemente bom.
• Sensibilidade excessiva à crítica: Fica zangado ou triste facilmente quando recebe críticas, mesmo que sejam construtivas.
• Dependência da aprovação dos outros: Precisa constantemente da aprovação dos outros para se sentir bem consigo próprio.
• Falta de motivação: Não mostra interesse em nada ou parece apático.
• Comportamento negativo: Pode apresentar comportamentos como agressividade, isolamento social, consumo de substâncias ou comportamentos auto-destrutivos.

Aspectos cognitivos

• Pensamentos negativos: Tem uma visão negativa de si próprio e do mundo que o rodeia.
• Dificuldade em reconhecer os seus pontos fortes: Concentra-se nos seus pontos fracos e não reconhece as suas capacidades e competências.
• Exagero de erros: Amplia os seus erros e minimiza os seus sucessos.
• Ruminação: Fica obcecado com os seus erros e fracassos, repetindo-os vezes sem conta na sua mente.

Comportamentos sociais

• Isolamento social: Evita interacções sociais e prefere estar sozinho, o que causa muita frustração nas crianças.
• Dificuldade em fazer amigos: É difícil para ele estabelecer e manter relações com outras crianças.
• Timidez excessiva: Sente-se pouco à vontade em situações sociais e evita falar ou participar em actividades de grupo.
• Vítima de bullying: Pode ser objeto de provocações, assédio ou intimidação por parte de outras crianças.
• Comportamento passivo: Não defende os seus direitos nem exprime as suas opiniões por medo de ser rejeitado.

Alterações físicas

• Perturbações do comportamento alimentar: Pode sofrer de anorexia, bulimia ou compulsão alimentar.
• Problemas de sono: Dificuldade em adormecer ou dormir demasiado.
• Dores de cabeça ou de estômago: Sintomas físicos que podem estar relacionados com o stress e a ansiedade. Também pode desenvolver perturbação pervasiva do desenvolvimento
• Negligência da higiene pessoal: Negligencia a sua higiene pessoal e apresenta um aspeto desleixado.

Como promover a autoestima das crianças? Dicas

Agora que já compreendeu a importância de trabalhar a autoestima dos seus filhos, deixamos-lhe algumas dicas para que o possa fazer corretamente:

Proporcionar amor e aceitação incondicionais

As crianças precisam de se sentir amadas e aceites tal como são, independentemente dos seus êxitos, fracassos ou erros. Expresse o seu amor verbal e fisicamente com frequência. Deixe-os saber que os valoriza e aprecia pelo que são, não pelo que fazem. Evite críticas destrutivas e comentários negativos.

Reconhecer e elogiar os seus esforços e realizações

É importante que as crianças saibam que os seus esforços e realizações são reconhecidos e valorizados. Felicite-as pelas suas conquistas, grandes ou pequenas, de forma específica e sincera, realçando o seu esforço e dedicação, e não apenas o resultado final. Evite comparações com outras crianças.

Estabelecer limites claros e coerentes

As crianças precisam de saber o que se espera delas e quais são as consequências dos seus actos. Estabelecer limites claros e coerentes, adaptados à sua idade e nível de maturidade. Explica as razões dos limites de forma clara e simples, aplicando as consequências de forma justa e coerente.

Proporcionar oportunidades de sucesso

É importante que as crianças tenham a oportunidade de experimentar o sucesso em diferentes áreas das suas vidas. Incentive-as a experimentar coisas novas e desafiantes, mesmo que tenham medo de falhar. Ajude-as a ultrapassar obstáculos e a aprender com os seus erros, celebrando os seus êxitos, por mais pequenos que sejam.

Ser um modelo positivo

As crianças aprendem em grande parte observando os adultos que as rodeiam. Seja um modelo positivo para a autoestima. Mostre confiança em si próprio e fale de si de forma positiva, reconheça os seus próprios erros e aprenda com eles.

Incentivar uma comunicação aberta e honesta

É importante que as crianças se sintam à vontade para falar consigo sobre os seus sentimentos, pensamentos e preocupações. Crie um ambiente de confiança e respeito em que elas se sintam seguras para se exprimirem. Ouça com atenção sem julgar ou interromper, validando as suas emoções e ajudando-as a encontrar formas saudáveis de as expressar.

Procurar ajuda profissional, se necessário

Se a baixa autoestima de uma criança for grave ou interferir com a sua vida quotidiana, é importante procurar ajuda profissional. Um psicólogo ou terapeuta especializado em crianças pode avaliar a situação e fornecer o apoio adequado.

Adapte as suas coisas e o seu espaço

É muito importante e necessário que o seu filho tenha independência e autonomia. Naturalmente, ele vai adoptá-la com o tempo, por isso, ensine-o a vestir-se sozinho, a fazer um lanche, compre-lhe acessórios concebidos para crianças, como óculos de sol kiddus para bebé ou relógio de horas didáticodelegar tarefas simples, etc. A soma de tudo isto fá-lo-á sentir-se capaz e motivado.

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Actividades para trabalhar a autoestima das crianças

As actividades para trabalhar a autoestima das crianças são como bússolas que as guiam para criar uma imagem positiva de si próprias. É através destas experiências que as crianças aprendem a reconhecer os seus pontos fortes, a aceitar os seus pontos fracos e a exprimir as suas emoções de forma saudável.

Para os pequenos aventureiros (3-5 anos)

• O espelho mágico: Convidar a criança a olhar para si própria e a dizer palavras positivas para si própria. Em conjunto, podem identificar as suas características favoritas e qualidades especiais.
• Emoções a cores: Peça à criança para desenhar diferentes emoções (alegria, tristeza, raiva, medo) e depois fale sobre cada uma delas. Isto ajudá-la-á a identificar e a exprimir as suas emoções de uma forma saudável.
• Histórias com finais felizes: Inventem em conjunto histórias em que a criança supera desafios e obstáculos, de modo a reforçar a confiança em si própria e nas suas capacidades.

Para crianças em idade escolar (6-11 anos)

• A jarra do tesouro: Decore uma jarra e encoraje-o a escrever em pedaços de papel as suas conquistas, elogios recebidos ou aspectos que adora em si próprio. Todos os dias, um pedaço de papel mágico encherá o seu coração de orgulho.
• O jogo dos pontos fortes: Cada participante (crianças e adultos) escreve numa folha de papel um ponto forte que observa na criança. Depois, juntam-se e lêem os papéis, realçando as suas qualidades fantásticas.
• A colagem dos sonhos: Ajude o seu filho a criar uma colagem com imagens, frases e palavras que representem os seus sonhos e objectivos. Isto irá motivá-lo a perseguir os seus objectivos e a acreditar no seu potencial.
• A caixa das competências: Decore uma caixa e incentive-o a guardar pequenos objectos que representem as suas capacidades e interesses. Sempre que se sentir desanimado, pode abrir a caixa e lembrar-se de tudo o que é capaz de alcançar.
• Dramatizações: Inventar situações em que a criança tenha de defender as suas opiniões, resolver conflitos ou exprimir as suas emoções de forma assertiva. Isto ajudá-lo-á a desenvolver as suas competências sociais e a sua autoestima.

Para pré-adolescentes e adolescentes (12-18 anos)

• Diário de gratidão: Encoraje-o a escrever num diário três coisas pelas quais está grato todas as noites para o ajudar a concentrar-se nos aspectos positivos da sua vida e a apreciar as pequenas coisas.
• O jogo das perguntas: Faça perguntas ao seu filho que o convidem a refletir sobre os seus pontos fortes, valores e sonhos. Por exemplo, "O que te faz sentir orgulhoso de ti?", "O que gostarias de alcançar no futuro?", "Que qualidades admiras em ti?"

Conclusão

Em conclusão, reforçar a autoestima dos nossos filhos é um processo contínuo que exige paciência, amor e apoio. Não existe uma fórmula mágica que funcione para todas as crianças. O mais importante é que adapte os nossos conselhos às necessidades individuais do seu filho. Certamente que, com dedicação e esforço, pode ajudar o seu filho a desenvolver uma autoestima positiva que lhe permita ser feliz, bem sucedido e resiliente na vida.