O abuso infantil é um problema sério que infelizmente afeta milhões de crianças em todo o mundo. Precisamos de compreender as diversas formas de abuso e negligência que existem, quais os seus possíveis efeitos na saúde física, emocional e mental dos menores, para os prevenir. É por isso que neste artigo iremos contar-lhe o que significa abuso infantil, os diferentes tipos de abuso infantil, as consequências a curto e longo prazo que as vítimas podem sofrer e como evitá-lo para proteger os nossos pequenos.
O que é abuso infantil?
O que se entende por abuso infantil é qualquer forma de abuso ou negligência que afete um menor de 18 anos. O termo “abuso infantil” abrange uma ampla gama de comportamentos prejudiciais, incluindo abuso físico e emocional, abuso sexual, negligência e exploração comercial. Todos estes atos podem prejudicar a saúde, o desenvolvimento e a dignidade da criança, ou mesmo pôr em perigo a sua sobrevivência.
Finalmente, o abuso infantil ocorre sempre no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder, onde o adulto ou cuidador não protege a criança e, em vez disso, inflige danos ou sofrimento.
Tipos de abuso infantil
Não existe uma forma única de abuso infantil; Este termo abrange uma ampla gama de comportamentos e ações, que podem ser classificados nos seguintes tipos:
Abuso físico
Como o próprio nome indica, envolve qualquer agressão física que coloque em risco a integridade da criança, incluindo bater, chutar, queimar e qualquer outra forma de violência que cause dano físico.
Abuso sexual
Abrange qualquer atividade sexual com um menino ou uma menina, incluindo exposição a material pornográfico, relações sexuais e toques inadequados.
Abuso psicológico
O abuso psicológico ocorre por meio de ataques verbais e comportamentos que prejudicam a autoestima e o bem-estar emocional da criança, como repreensões contínuas, ignorância emocional e isolamento social. Este tipo de abuso pode ser tão prejudicial quanto o abuso físico, afetando o desenvolvimento emocional e mental da criança.
Abuso médico
Ocorre quando uma pessoa fornece informações falsas sobre a saúde de uma criança, resultando em intervenções médicas desnecessárias e potencialmente prejudiciais. Esta forma de abuso põe em risco a integridade física do menor devido a tratamentos ou diagnósticos erróneos, bem como a sua saúde psicoemocional, submetendo-o a stress e angústia de forma contínua.
Abandono
Uma criança sofre abandono quando necessidades básicas como alimentação, abrigo, afeto, educação ou assistência médica não são atendidas. O abandono pode ser físico ou emocional e tem impacto negativo no desenvolvimento e sobrevivência da criança.
Sintomas de abuso infantil
Identificar o abuso infantil nem sempre é tão fácil como se imagina, pois as crianças muitas vezes sentem culpa, vergonha ou confusão, e podem ter medo de falar sobre a sua situação, especialmente se o perpetrador for um dos pais, um familiar próximo ou um amigo. Amigo da família. Portanto, é fundamental ficar atento aos sinais de alerta, que podem ser:
- Afastamento de amigos ou atividades habituais: Uma criança que repentinamente se afasta de amigos ou deixa de participar de atividades de que gostava anteriormente.
- Mudanças comportamentais: Agressão, raiva, hostilidade ou hiperatividade, juntamente com mudanças no desempenho escolar, são indicativos de que algo pode estar errado.
- Depressão, ansiedade ou medos incomuns: A perda repentina de autoconfiança, o aparecimento de medos incomuns ou a manifestação de ansiedade e depressão.
- Problemas de sono e pesadelos: Distúrbios do sono, como dificuldade para dormir ou pesadelos frequentes, são indicativos de estresse ou trauma.
- Aparente falta de supervisão: Negligência, manifestada através de uma aparente falta de supervisão, de uma criança que está sempre sozinha, visualmente suja ou sempre doente.
- Ausências frequentes à escola: As ausências repetidas à escola podem ser um sinal de problemas em casa, incluindo abuso ou negligência.
- Comportamento rebelde ou desafiador: O comportamento rebelde ou desafiador é muitas vezes uma resposta ao sofrimento emocional e pode ser uma indicação de que a criança está tentando lidar com uma situação abusiva.
- Automutilação ou tentativas de suicídio: Automutilação ou tentativas de suicídio são sinais especialmente alarmantes de que uma criança está sofrendo extrema dor emocional e precisa de ajuda imediata.
Consequências do abuso infantil
O abuso infantil tem graves consequências físicas, sexuais e psicológicas, tanto a curto como a longo prazo, mas explicamos melhor a seguir:
Consequências físicas
As consequências físicas do abuso infantil são praticamente infinitas. As crianças vítimas de abuso sofrem frequentemente lesões graves, como traumatismos cranianos e deficiências graves, especialmente nas crianças mais novas. Se também houve violência sexual, existe o risco de infecções sexualmente transmissíveis, distúrbios ginecológicos e gravidez indesejada.
Consequências psicológicas
Crianças que foram abusadas são propensas a desenvolver transtorno de oposição desafiadora de estresse pós-traumático em crianças , ansiedade e depressão, entre outros distúrbios psicológicos. Estes problemas tendem a persistir ao longo da vida, afetando o seu bem-estar emocional e mental a longo prazo, impedindo-os até de levar uma vida normal.
Impacto no desempenho cognitivo e acadêmico
As crianças vítimas de abuso têm frequentemente dificuldades na escola, mais especificamente, menor desempenho académico e maior probabilidade de abandono escolar. Além disso, existe uma forte relação entre o abuso infantil e o abuso de substâncias como álcool, drogas e tabaco, o abuso destas substâncias muitas vezes acaba resultando no abandono escolar,
Estresse e desenvolvimento cerebral
do luto na infância gera um estresse tão alto que pode atrapalhar o desenvolvimento inicial do cérebro. Sob condições de stress extremo, o desenvolvimento dos sistemas nervoso e imunitário é gravemente afetado e, como resultado, os adultos que sofreram abusos quando crianças correm maior risco de desenvolver problemas físicos, psicológicos e comportamentais. Entre estes problemas podemos encontrar a propensão para cometer atos de violência, tanto como perpetradores como como vítimas, depressão, tabagismo, obesidade, comportamentos sexuais de alto risco e o uso nocivo de álcool e drogas.
Exemplos de abuso infantil
O abuso infantil pode ocorrer de múltiplas formas, todas com um impacto significativo no bem-estar físico, emocional e psicológico do menor que o sofre. Para que você entenda melhor, deixamos alguns exemplos claros de abuso infantil:
Abuso físico
- Bater, chutar, empurrar ou qualquer outro tipo de agressão física que provoque lesões visíveis como hematomas, fraturas ou queimaduras.
- Sacudir violentamente um bebê, causando até a síndrome do bebê sacudido, resultando em dano cerebral permanente ou morte.
Abuso sexual
- Forçar uma criança a se envolver em atividades sexuais, incluindo toques inadequados, estupro ou exploração sexual.
- Expor uma criança a conteúdo pornográfico ou usá-lo para criar tal material.
Abuso psicológico
- Insultar, humilhar ou ameaçar constantemente uma criança, prejudicando sua autoestima e sensação de segurança.
- Ignorar emocionalmente a criança, recusando-se a interagir ou reconhecer suas necessidades emocionais.
Abuso médico
- Fabricar sintomas de doença numa criança (síndrome de Munchausen por procuração), levando-a a receber tratamentos médicos desnecessários e potencialmente perigosos.
- Falha em fornecer cuidados médicos necessários para doenças ou lesões.
Abandono
- Deixar a criança sozinha por longos períodos sem supervisão adequada, expondo-a a riscos físicos e fazendo-a sentir-se abandonada.
- Falha no fornecimento de necessidades básicas, como alimentação, abrigo, roupas adequadas ou cuidados médicos.
Exploração comercial
- Utilizar uma criança para trabalhos forçados, privando-a do direito à educação e a uma infância adequada.
- Tráfico de crianças, onde as crianças são vendidas ou utilizadas para trabalho ilícito ou exploração sexual.
Como prevenir o abuso infantil?
Prevenir e responder ao abuso infantil requer uma abordagem multissectorial, envolvendo diferentes sectores e diferentes pessoas. Além disso, o ideal seria intervir o mais rápido possível na vida do menor, a fim de estancar e prevenir qualquer tipo de consequência. Agora, mais especificamente, o que podemos fazer para prevenir o abuso infantil é:
Apoie pais e cuidadores
Oferecer informações e sessões de formação para promover uma parentalidade amorosa e não violenta, que podem ser ministradas em casa ou na comunidade por profissionais de saúde, assistentes sociais ou pessoas devidamente formadas.
Treinamento e preparação para a vida
Aumentar a matrícula em educação de qualidade que proporcione às crianças conhecimentos, competências práticas e experiências que fortaleçam a sua resiliência e reduzam os factores de risco de violência. No âmbito educacional, implementar programas de prevenção de abusos sexuais para conscientizar crianças e adolescentes, ensinando-os sobre consentimento, prevenção de abusos, exploração sexual e como pedir ajuda.
Gerar um clima escolar positivo
Ajude a criar um ambiente escolar sem violência que fortaleça as relações entre alunos, professores e administração. Isto inclui intervenções destinadas a promover um reforço positivo e um ambiente seguro nas escolas.
Trabalhe em normas e valores
Desenvolver programas que transformem normas sociais e de género restritivas e prejudiciais relacionadas com o estilo parental , a disciplina infantil e a igualdade de género. Dentro destes programas também devem existir ações que promovam o papel protetor e protetor dos pais.
Aplicação e conformidade com as leis
Promulgar e fazer cumprir leis que proíbam castigos violentos e protejam as crianças do abuso e da exploração sexual. A legislação deve ser robusta e eficazmente aplicada se quisermos garantir a protecção dos menores.
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Conclusão
Em conclusão, não há dúvida de que o abuso infantil é um problema complexo e devastador que exige uma acção urgente e coordenada da nossa parte, como sociedade como um todo. É essencial que pais, cuidadores, educadores, profissionais de saúde e decisores políticos se unam para criar ambientes seguros onde todas as crianças possam crescer e desenvolver-se plenamente. É claro que os esforços devem ser contínuos e eficazes para criar um futuro onde nenhuma criança tenha de sofrer abusos.